Um clarão riscou o céu - Osvaldo Luis Viana
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Cheiro de terra molhada - Imagem de domínio publico - Google |
Já ao cair da tarde, a chuva serena transformou-se em tempestade O dia virou noite: raios e trovões riscavam o céu. Procuramos abrigo embaixo da
carreta cobertos por uma lona. Lembro-me perfeitamente dos relâmpagos que
clareavam o céu e o chão. Uns rezavam, outros faziam piadas. Um Senhor que
trabalhava conosco, dava risadas e dizia que São Pedro estava "riscando o
binga". Eu, meu pai e meus irmãos pedíamos para Santa Bárbara nos
proteger.
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Foto: domínio publico - Google |
“Santa Bárbara, que sois mais forte que as torres das
Fortalezas e a violência dos furacões, fazei com que os raios não me atinjam,
os trovões não me assustem” ...
Neste momento a terra estremeceu, ficamos paralisados por
alguns segundos, um nó na garganta, a voz sumiu... Uma linha de fogo correu
pela cerca, ficamos inertes, o coração disparado clamamos a proteção divina.
Santa Bárbara ouviu nossas preces, cobriu-nos com seu manto
sagrado. Abalados ainda pelo susto saímos debaixo da carreta para
nossa casa quando a uns 100 metros de onde estávamos embaixo de uma amoreira
uma tragédia.
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Fotos ilustrativas do acontecimento - Domínio Publico - Google |
Nós fomos salvos, as vacas não tiveram a mesma sorte. Todas
morreram: 10 vacas que ali estavam. Saímos dali agradecidos e com a certeza que
fomos protegidos naquele momento por Santa Bárbara.

Maravilhiso texto, emocionantes lembranças, domínio fa palavra, sensível e equilibrado, envolvente, impossível parar de ler e ao término fica a continuação de algo que não se sabe onde foi parar!
ResponderExcluirMuito obrigado por acompanhar nossas histórias.
ResponderExcluirObrigada Osvaldo por relatar com tanta beleza esse fato que me marcou muito também
ResponderExcluirLinda história padrinho... eu to acompanhado todas as histórias publicadas estou amando... Parabéns pela iniciativa
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