Na venda do Malaquias - Por João Luiz Viana
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Tudo que precisava, lá
se encontrava. Tinha arroz, tinha feijão, banha de porco, carne seca,
macarrão. Tinha linguiça frita, mortadela, bebida gelada...
Era tudo de bom...
Quando ao longe no estradão avistava o caminhão, com certeza
era entrega de mercadoria.
A criançada
alvoroçada corria p ver as novidades. Os olhos brilhavam, a boca enchia
de água... Tinha suspiro, geleia, paçoca e também cocada.
Com dinheiro ou sem dinheiro o Malaquias alegrava a
criançada. Na precisão a cadernetinha
era levada...
Comerciante dos bons, Malaquias nunca dizia não. A
propaganda era boa " leva, leva que é
bom " ...
Esse ano com certeza grande será a produção.
Tempos bons...
E o futebol no fim da tarde!!!
Meu Deus, quanta saudade...
Olha lá no
campinho...
Não é o Gonçalinho???
Bolinha embaixo do braço, era o sinal, concentração total,
todos corriam para venda, o jogo ia começar... Mata Mata, perdeu saiu... Nunca
vi tantos times...
Era aquela gritaria, pura emoção. Nesta época a melhor diversão, amigos todos
juntos não existia confusão.
Para a velha geração bola não dava não, mas na venda do
Malaquias sempre tinha atração. Do nada saia Malaquias com um baralho na mão
pronto para um carteado, truco, escopa,
rouba monte...
Tinha vispa também
, com dia e hora marcada. Tudo virava
festa...
Lá saia de tudo, política, futebol e religião. Em tempos de eleição a venda do Malaquia
sempre fervia. ARENA X MDB , mas mesmo um de cada lado nunca houve um mal
falado, um desentendimento, alguém magoado. No final éramos uma mesma família,
um único coração q pulsava em cada peito
do BUGRÂO.
Nada é eterno, o tempo passou, a venda acabou...
Viva agora ,só em
nossas MEMÓRIAS...

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