Uma lição de vida: Cabeceira dos Bugres - Delse Ferreira da Silva


Delse Ferreira da Silva - Foto: arquivo pessoal


Nasci na década de 70 e até os 15 anos vivi aqui na Cabeceira dos Bugres. O Dia a dia, era de muita paz e o contato com a natureza era espetacular. Tinha um compromisso com o relógio e com o tempo e a vida foi me ensinando através de  histórias vivenciadas e lembranças que ficou para trás que o lugar era mágico e desconhecido no universo! Deus, construiu um lugar que era e é especial onde eu brincava, estudava,  ajudava em casa e fiz bons amigos mesmo um dia sabendo que esses ficariam para trás em minha memória.

Campo do Bugre na década de 1980 - Foto: Marcos A. Corrêa
Tive uma infância com os pés no chão, curtia a terra, o sol, a chuva e o vento as quatro estações na Cabeceira dos Bugres tornava o lugar belo.

Nossa rotina era ir para escola apreciando o verde da natureza.  Nem sempre era um caminho suave, tinha os obstáculos a frente e o percurso as vezes de bicicleta, a pé ou carona de trator com amigos, fazia a diferença entre a mata e uma vila conhecida como a vila do pé sujo.

Joel Beffa a esquerda. O campo do Bugre era
lugar de encontro na década de 1980 - Foto -
Marcos A Corrêa
A mata e a vila, muitas vezes fez meu coração acelerar de medo e até ter pesadelos, noites mal dormidas, já que sabíamos que tinham macaquinhos, cobras e talvez até lagartos na área. Não se tinha outra opção para chegar na escola, tinha que passar na Vila do Pé Sujo. Meninos malvados jogavam pedras e um certo dia acertaram minha irmã na cabeça. O desespero foi grande. Lembro vagamente. A bicicleta tinha quebrado o cano e ainda tivemos que ter coragem de enfrentar esse desafio. O pesadelo do dia não era sonho.  Era real e o sangue escorria da cabeça de minha irmã! Tudo na vida tem o lado bom e o ruim.  Bom mesmo era seguir em grupos as caminhadas para igreja, praça e futebol na época já era o ponto de encontro entre amigos e familiares. Estádio de futebol com muito verde a volta e estacionamento com muitos Fuscas, Opalas, Gipes etc.

Campo do Bugre nos anos dourados do futebol - Foto cedida por Jairo Trigolo

Adorávamos ir e a torcida era animada e não se tinha violência, o que se tinha muito era a troca de olhares de jovens apaixonados, crianças brincando e adultos vivendo apreciando cada minuto de jogo com amigos ou familiares. Tinha as puladas de cerca para usufruir das frutas, mangas, jabuticaba, cana caiana, hummm não roubavamos éramos inocentes e pegavamos sem maldade como se aquilo fosse nosso e o tempo e a educação que recebemos de nossos pais foi que não podiamos pegar nada sem pedir.

A Cabeceira do Bugre e a  cidade vizinha Ribeirão do Sul, faz parte da minha vida e de minha família, temos relatos felizes e triste que jamais o tempo vai apagar. Meu Paí, teve aí seu descanso eterno e vai para sempre ficar em nossa memória e os amigos que ali deixamos para seguir em frente são pessoas especiais de um lugar humilde e grandiosa beleza natural: é a Cabeceira Dos Bugres!


Precisamos agradecer a Deus e valorizar mais a natureza e o Trabalhador Rural, contar um pouco mais de nossas histórias vivenciadas para nossos filhos, netos, amigos etc.. precisamos fazer um mundo melhor!
Jogadores em pé João Befa.Paulinho Camargo Miguel Jorge Valdao Pedro Viana  e o barbudo era o Roberto torquato
Agachados Tiquinho Henrique Mauro Ze Candinha e Dirceu
Informado por Osvaldo Luiz Viana - Foto - Autor desconhecido


Comentários

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

A grande família Biazotti - Por Maria Lucia Biazotti

Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal - Por João Luiz Viana

Tempos açucarados - João Luiz Viana