Um tempo na saudade - Nazaré Camargo

A partir da esquerda, no primeiro andor: Cida Castelani, Padre Duílio - a sua frente: Dona Mafalda, Benedita Viana. O garoto: Marcos Correa (olhando para a direita), Nenê do Roque, Nazaré Camargo, Ermelindo Corrêa e Nem Corrêa, no canto direito

Tem o Bugre de cima mas também tem o Bugre de baixo.

Tem a capelinha de cima mas também tem a capelinha de baixo.

No meio famílias devotas que não mediam esforços para comparecer nas santas missas, festas e procissões. Lá iam Santo Antônio, Nossa Senhora, São Benedito, São José, São Sebastião e todos os santos que ali estavam. Vestiam seus melhores andores, adornados de muitas flores e o povo cantando passeava com eles pelas estradas e até no pasto.

Após este ato de fé celebrava-se a Santa Missa. Com muita devoção eram entregues os pedidos para uma boa colheita, para a chuva viesse mansa e molhasse a plantação. Eram muitos pedidos mas também agradecimento pelas bênçãos recebidas.

Procissão no Bairro Cabeceira dos Bugres - Padre Chiquinho
No fundo: Conceição Viana segurando a mão de Álvaro Viana
Quando não aconteciam  Festas, Missas e Procissões tinha a reza do terço. Ninguém faltava... crianças jovens e velhos vinham  a cavalo, carrocinha, charrete, bicicleta ou a pé. Lembro da lua que iluminava onde deveríamos pisar naquele trio no meio do pasto.  Saudade de um tempo distante que guardo na memória. Guardo no coração. Tivemos grandes exemplos. Grandes ensinamentos de valores cristãos. As lembranças ficam marcadas e guardadas. Um tempo que deixou saudades.

No Bugre de baixo tinha a escolinha, onde muitos de nós estudamos. Numa mesma sala tinha o primeiro, segundo e terceiro ano. No início Dona Eva visitou várias famílias para que matriculassem seus filhos. No primeiro ano da escolinha a professora foi a D. Eva, depois Marilene Gomes Escolástico que tenho contato até hoje.  Ali fiz o segundo e o terceiro ano. A Conceição Viana Martins era a merendeira. Eram deliciosas as sopas de fubá com couve e macarrão. No intervalo brincávamos de “bets[MC1] ”. Numa dessas, quase me quebraram o nariz.

 Depois da estrada uma árvore imensa com um balanço de corda. Levei maior tombo, quase morri, mas a disputa era quem balançava mais alto. Quanta falta de juízo, mas éramos felizes.
Lembro de alguns colegas Sônia, Roberto, Maria Ângela, Nenê da Lourdes, Tião seu irmão. Ah claro! Tinhas as briguinhas de crianças!! Isto não faltava, quase todo dia.
 De herança ficou o carinho por cada um. A amizade acima de tudo. Muitos estão perdidos na memória, são mais de 40 anos. Ali frequentaram crianças do Bugre de cima e de baixo, um Bugre só, muitos bugrinos. São muitas as histórias para contar. Estamos só no começo.
Boas recordações!!!



Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

A grande família Biazotti - Por Maria Lucia Biazotti

Meu cafezal em flor, quanta flor meu cafezal - Por João Luiz Viana

Tempos açucarados - João Luiz Viana