Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2017

Dona Elvira: sabores de uma infância sem igual - Marcos Antonio Corrêa

Imagem
Dona Elvira - Foto cedida por João Carlos Santos Infância. Período que nos marca. As brincadeiras, os amigos, os professores, a escola. Tudo nos marca. Somos marcados pelos odores, pelos sabores. Dona Elvira era nossa vizinha no sítio. Quando não estava brincando com o Joãozinho, era ele que em casa estava. Ainda praticamente sem TV, eram brincadeiras de verdade. Brincadeiras que exigiam imaginação e muitas vezes, a fabricação do próprio brinquedo. Foto ilustrativa - Fonte Google Além disso, particularmente, era o cheiro e o sabor vindo do Pão de Casa feito por Dona Elvira. Era sagrado. Toda semana saia uma fornada e sem brincadeira: quando lá não estava, aquele cheiro atravessava o córrego que ainda separa nossos sítios e me levava até lá. Fatias e fatias eram devoradas. Aquele pão quentinho, quando no melhor dos sabores, contava com uma manteiga feita em casa: derretia por aquela massa  e tornava de forma magistral, o que já era sem igual. A vida na...

Escola Estadual de 1° e 2° Grau "Cel" Pedro Silvio - Ribeirão do Sul - Darci Ferreira

Imagem
EE Nicola Martins Romeira - Foto - Autor desconhecido Criação ou Reconhecimento Resolução SE nº 15 de 22 de 01de 1976, publicada em 23/01/1976 A primeira escola que lapidou as primeiras letras em minha vida e deu origem a liberdade e caminhos para uma nova visão de mundo e os fundamentais ensinamentos para aprimorar e consolidar minha força e capacidade para superar os obstáculos que o futuro iria me impor. Sempre ouvi dizer que nosso melhor aprendizado nos é dado pelo tempo e as experiências que acumulamos em nossa trajetória de vida. Concordo plenamente com essa teoria, porém não posso deixar de registrar aqui que muito desse aprendizado e experiências não teriam acontecido se não tivesse aprendido o BEABA, naquela simples cartilha intitulada CAMINHO SUAVE que foi muito difícil adquirir pela dificuldade financeira de meus pais por serem trabalhadores rurais e ser uma criança humilde de família simples e modesta. Ainda lembro muito bem do meu tempo de criança...

A vida nos prega peças... - Mara Candida

Imagem
O incrível é que já tinha 10 anos, e estava na antiga quarta série, na escola Cel Pedro Silvio de Tal, se não me falha a memória, atualmente é a EE Nicola Martins Romeira. Muitas aventuras na escola nova, pois antes estudava na "escolinha",no bairro Cascavel, vizinho do nosso amado Cabeceira dos Bugres. O que me entristecia...era que todos meus amigos sabiam andar de bicicleta e eu não sabia nada. Tudo bem que havia a solidariedade dos amigos que me carregavam na garupa. E ainda tinha a carona na charrete do senhor Nelson e Dona Camila, que levavam seus filhos pra escola ou ainda do meu tio Nem e tia Hortência, meus saudosos padrinhos...e era só diversão!!! Um dia cheguei em casa e "chorei" muuuuuuito ...muito meeeeesmo!!! Pedi para algum dos meus irmãos e olha que eram "apenas sete"  para me ensinarem a andar de bicicleta e eles simplesmente não deram bola. O meu pai, o saudoso Otacílio Luiz Viana, parou tudo que fazia e disse: __ Vamos para o ...

BUGRE - COMO FOI COMO É, E COMO SERÁ SEMPRE BOM TER HISTÓRIAS PRA CONTAR - Darci Ferreira

Imagem
Imagem ilustrativa Ah!, Como era bom a cada amanhecer abrir as janelas dos quartos, a porta da sala, a porta da cozinha e ver que o dia estava lindo e ensolarado ou tudo branco cheio de geada, às vezes a grama molhada do sereno da noite, ou as plantas iluminadas e coloridas com as cores da primavera para todos os lados que se olhava, ver ali há alguns metros no entorno de casa, os cavalos e as vacas que estavam pastando livremente, ver as estradas e a poeira que subia quando um carro passava, ouvir o cantar dos pássaros que voavam de um lado para outro nos galhos das arvores, ver e ouvir os galinheiros com as galinhas a cacarejar, os Piu-Piu dos pintinhos, o cantar dos galos, anunciando que o dia já raiou, ouvir o latir dos cachorros de casa e de toda a colônia, ver as bananeiras curvadas tombando com seus enormes cachos de bananas, que a cada dia aparecia uma banana madura e eu ia e a retirava do cacho antes que qualquer um de meus irmãos fossem primeiro para retirar. Imag...

Tromba-d'água - Nazaré Camargo

Imagem
Foto ilustrativa  Não sei precisar o ano mas tudo ia bem no sítio. Cada morador com suas atividades: plantando e colhendo. Um ajudando o outro, "trocando" dia de serviço para que nada se perdesse na plantação e os lucros fossem satisfatórios. Vida difícil. As 7 da manhã meu pai estava na roça cuidando da plantação. Cada um cuidando do seu pedaço de chão, pois dali era tirado o sustento. Uns cuidavam do gado, outros do cafezal, do milharal e do arroz plantado na várzea (áreas próximas aos rios). Lindo ver a plantação crescendo e quando chovia até íamos andar no meio para ver a "alegria" das plantas. Foto ilustrativa Momentos únicos de uma infância feliz. Entre o Bugre de baixo e o de cima, ainda hoje existe uma reserva de mata. Numa tarde "armou" um temporal com aquelas nuvens pretas. Muitos relâmpagos e trovões e vinham rápido em direção ao Bugre. Lembro-me da casinha de madeira que morávamos. Parecia tão frágil que ao menor vento ia voar pelos ...

E os bugrinos vão a Escola - Penha Lucilda de Souza Silvestre

Imagem
Fachada atual da EE Nicola Martins Romeira - Foto: desconhecido Com o capricho de quem tenta escrever uma história, abro um velho livro encadernado com linho que desfia com o tempo. Folhas amarelas, letras desenhadas com cuidado, redondas e calmas. É !!! O tempo passou. Viro as páginas do velho livro: Madeira pura, envernizada. Madeira de lei. Nada aconteceu assim tão rápido. O livro registra a história de um povo: São volumes e volumes guardados em armários. Cada livro guarda a vida de tantos alunos que aqui passaram... Arquivo - EE Nicola Martins Romeira Vidas que se fizeram -nos velhos bancos da nossa escola, quando a merenda era ainda dividida no recreio com os amigos. Sentavam-se no chão ou nos degraus da porta de entrada. O diretor passava por eles, os professores os acompanhavam pelos olhares. Era uma festa!!! Uma história se fez e seus filhos também sentaram-se no mesmo banco que seus pais e avós lá estiveram. A escola mudou, mudou e mudou. Mudou naturalmente...

Um tempo na saudade - Nazaré Camargo

Imagem
A partir da esquerda, no primeiro andor: Cida Castelani, Padre Duílio - a sua frente: Dona Mafalda, Benedita Viana. O garoto: Marcos Correa (olhando para a direita), Nenê do Roque, Nazaré Camargo, Ermelindo Corrêa e Nem Corrêa, no canto direito Tem o Bugre de cima mas também tem o Bugre de baixo. Tem a capelinha de cima mas também tem a capelinha de baixo. No meio famílias devotas que não mediam esforços para comparecer nas santas missas, festas e procissões. Lá iam Santo Antônio, Nossa Senhora, São Benedito, São José, São Sebastião e todos os santos que ali estavam. Vestiam seus melhores andores, adornados de muitas flores e o povo cantando passeava com eles pelas estradas e até no pasto. Após este ato de fé celebrava-se a Santa Missa. Com muita devoção eram entregues os pedidos para uma boa colheita, para a chuva viesse mansa e molhasse a plantação. Eram muitos pedidos mas também agradecimento pelas bênçãos recebidas. Procissão no Bairro Cabeceira dos Bugres -...

Ser criança no Bugre - Delse Ferreira da Silva

Imagem
O que era ser criança na Cabeceira Dos Bugres? Lembro-me que era sempre o café com leite nas brincadeiras de bola nas queimadas, ninguém jogava bola com força para me queimar. Não queriam me machucar. Ser pequena entre os maiores tinha suas vantagens. Somos em quatro irmãos e nos relacionávamos muito bem com a família do seu Zé,  ele  tinha sete filhas e um filho. Tempo bom, brincávamos e brigávamos também e mesmo em nossa inocência praticávamos o Bullying. As vezes no calor das brincadeiras nos exaltávamos e surgiam as ofensas e me chamavam de botijão de gás. Só porque era gordinha e isso me deixava com muita raiva, ódio e aí eu revidava falando cabelo duro, cabelo de bombril e teve até mordidas no dedo e puxão de cabelos. Parece até engraçado, não tem como não rir lembrando o fato e hoje não me lembro quem começava as brigas. Porém éramos amigas, como era bom estar juntas.   A farra era garantida, os banhos no rio e andar a cavalo ou de charrete. Em uma ocasi...

Nem Corrêa -Uma lenda do Bugre - Marcos Antonio Corrêa

Imagem
Casarão no Bugre. Dia de lidar com porco. Presença da Vera Pascoalino - Foto: Acervo de Vera Pascoalino Escrever sobre o próprio pai certamente não é tarefa fácil. Homem de muita qualidade e obviamente falhas. No entanto, insignificantes para seu caráter, desenvoltura e ética. Óbvio, teimo em lembrar-me do homem perfeito, calmo, tranquilo e paciencioso que foi durante toda sua vida. Meu pai não encontrou outro motivo para viver, além de ajudar sua família a ser mais. Dizer que trabalhou duro, acordava cedo e apenas a noitinha se dirigia para cama, com o cansaço do dia, é pouco. Minha mãe para ele era Tiô! Era assim que a chamava por toda vida. Uma vida de partilha e de muito amor. Óbvio, com as discussões de sempre de um casal, mas sobretudo amor e partilha, até mesmo nos bicos feitos de um para com o outro. Varias são as lembranças desse homem magnifico. Entre tantas, tocar o gado do Bugre de cima para o Bugre de baixo é sempre uma grata lembrança. Nós enquanto crianç...

A igrejinha azul - Aparecida Dias da Silva Viana

Imagem
Capela Cabeceira dos Bugres - Foto: Marcos A Corrêa Era assim na sua essência, recebeu a cor azul, azul do céu, azul do mar... Linda, imponente, bem no alto. De longe era avistada, era só fazer a curva, lá estava ela... Local de fé, esperança, encontros e festanças... Quem não se lembra das famosas quermesses do Bugre? Vinha gente de todo lado, era um evento muito esperado, lá no coreto assados e doces eram leiloados. Como esquecer das rezas e novenas, missas e missões que transformaram gerações? Mas como tudo na vida tem um tempo, o tempo passou também para a igrejinha. Capela Cabeceira dos Bugres antes da reforma - Foto: Marcos A. Corrêa Muitos se foram, ela ficou...resistiu ao tempo, mudou de cor, uma parte desmoronou, a beleza acabou... A essência ficou... No coração de cada Bugrino, desperta o desejo de ver a igrejinha novamente bela, azul da cor do céu... O tal desejo foi tomando conta de todos. Parecia uma visão, de alguns rabiscos, saiu um pro...