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Mostrando postagens de 2018

Um verde, tom de esperança - Por Silvia Araújo

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Me lembro quando criança do verde em tom de esperança Do verde verdade da vida Do verde família que unida Do verde no colo dos pais Do verde reverso do tempo Do verde das lágrimas Do verde em tom de descontentamento Do verde do sair para a vida Do verde ao aprender todo dia Do verde da alegria Do verde ao mostrar que embora permaneça verde é necessário se redescobrir Do verde atual que se reinventa Do verde que permanece familiar Do verde que embora distantes no mundo Do verde presente no coração dos pais Do verde que nenhuma situação é capaz de deixar de esperançar Pois o verde de quando criança ainda é verde agora e sempre será. Não importa a circunstância E nunca passará a importar O que é preciso   e que conste a única necessidade que há Que esse verde viu nascer o amor de José e Laura e fez desabrochar em 7 vidas a perfeição de uma família que unida nunca deve deixar de se amar. Se Deus permitiu 7 irmãos o número da perfeição, ...

Uma casa com muita história para contar... - Por João Luiz Viana

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Vivia no meu mundinho encantado, naquele lugarzinho no meio do nada... Lá, um antigo camarada, contador de causos dos bons, com sua voz cansada contava os causos da casa em que morava, dizia que era mal assombrada. Contava coisas horripilantes, de causar arrepios na espinha... Eu ainda era um menino e tão   pouco me importava, gostava dos causos e acreditava que fazia aquilo para assustar a molecada. Mas, por ironia do destino, coube a mim, ainda menino e minha família nesta mesma casa morar... Já   consciente do que se passava, mudamos para a tal casa. De cara foi aquele susto... voltamos para as lamparinas, os candieiros, o lampião... Lá   não   havia energia elétrica, tudo era escuridão...Terreno fértil para imaginação, visão e até assombração... Lembrei das histórias contadas e não   é que a casa era realmente mal assombrada? Nas noites que se passavam, todos reclamavam que ouviam passos pela casa, alguns chegavam até  ...

Uma oásis, uma lembrança - Por Mara Candida Viana

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" Arvão" motivo de tantas lembranças - Arquivo pessoal de Marcos Antonio Corrêa Certa vez ouvi de um visitante do Bugre...que o Bugre era um pequeno vale, ou melhor, um oásis de beleza e pessoas puras e do bem...que não faziam a mínima ideia de quanto a felicidade ali fazia morada. Eu pensei...de onde sai tanta imaginação!!!!   O Bugre não era tudo isso não!!! O tempo foi passando, fomos crescendo, envelhecendo e as pessoas puras e do bem partindo...Ah "Fião"* lembro de termos conversado muito debaixo do "arvão" na véspera de sua despedida...muitas histórias eu ouvi, privilégio meu amigo, fui sua ouvinte naquela tarde de sol...lágrimas correram, mas tinha certeza que por onde fosse seria feliz!!! Até que um dia, também parti...e até hoje busco sentir a proteção, o cuidado, as gentilezas que no Bugre vivi...um tempo que fui feliz e sabia, por isto aproveitei com minha família e amigos a melhor fase de minha vida. Agora só gratidão!!!! *   ...

Só é livre quem guarda suas memórias - Por Marcos Antonio Corrêa

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O Bugre necessitaria de um estudo sociológico. Produziu pessoas sem igual, de grande valor, conhecimento e esparramou um pouco de seu jeito Brasil afora. São muitos os bugrinos que partiram levando consigo a vivência que aqui tiveram. Para alguns foi tão forte que nem conseguiram sair, outros, como eu, saiu e voltou. Os que não voltaram, lógico, foram levados pelas circunstancias da vida que os impediram de pensar na possibilidade de voltar, mas, o que aqui vivemos, certamente desperta em todos essas doces recordações. Nossa geração vivenciou um Brasil que saia do marasmo e atraso de uma Ditadura Militar e utopicamente sonhou com a possibilidade de mudança possibilitada com o advento da Nova República. Num lugarzinho distante dos grandes centros, fazíamos muito. Uma pessoa que me ajudava a conectar com o mundo era o Dinho. Todo sábado esperava chegar para ir até sua casa e ler a revista Veja. A Veja no estertor da ditadura não era o lixo que é hoje. Como toda sociedade brasileira, ...

Na venda do Malaquias - Por João Luiz Viana

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Google imagens Tudo que precisava, lá   se encontrava. Tinha arroz, tinha feijão, banha de porco, carne seca, macarrão.   Tinha linguiça   frita, mortadela,   bebida gelada... Era tudo de bom... Quando ao longe no estradão avistava o caminhão, com certeza era entrega de mercadoria. A criançada   alvoroçada corria p ver as novidades. Os olhos brilhavam, a boca enchia de água... Tinha suspiro, geleia, paçoca e também cocada. Com dinheiro ou sem dinheiro o Malaquias alegrava a criançada.   Na precisão a cadernetinha era levada... Comerciante dos bons, Malaquias nunca dizia não. A propaganda era boa " leva, leva que é   bom " ... Esse ano com certeza grande será a produção. Tempos bons... E o futebol no fim da tarde!!! Meu Deus, quanta saudade... Olha lá   no campinho... Não é   o Gonçalinho??? Bolinha embaixo do braço, era o sinal, concentração total, todos corriam para venda, o jogo ia começar... Mata Mata, perdeu ...

Sorte é pra quem acredita nela - Por João Carlos dos Santos

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Família do Sr. José Repolhinho durante as missões Redentoristas de 1972 no Bairro Água do Bugre - A partir da esquerda: Nely, Dona Elvira, Joãozinho, Sr. José e Cida - Acervo de João Carlos dos Santos Na cidade de Ribeirão do Sul, Bairro Agua dos Bugres, meados de 1971, meu pai, hoje falecido,   conhecido pela alcunha de José Repoinho, como sempre há muitos anos, tentava sorte na Loteria Federal. Comprava ao menos uma fração do bilhete sempre que podia, época em que passávamos dificuldade, pois trabalhava juntamente com minha irmã mais velha e minha mãe em terra de outros como meeiros na lavoura de café. Um determinado dia, quarta feira, em tempo de colheita, apurado no serviço, ele deixou os afazeres mais cedo, com o protesto de minha mãe, e foi à cidade com sua velha bicicleta comprar o tal do bilhete dizendo que o Touro iria dar na cabeça, bilhete este que havia encomendado para o único vendedor de bilhetes na cidade, Sr. Sebastião Bueno e iria comprar uma cai...

Um lugarzinho no meio do nada - João Luiz Viana

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Imagens de filme realizada na década de 1950 em Ribeirão do Sul No meio do nada, tínhamos de tudo, tecnologia de ponta, última geração. Como descrever aquela sinfonia que durava noite e dia...... Imagem ilustrativa - Google chuaaaaaaaa, tal, chuaaaaaaaaa, tal. Era o nosso Monjolo, quanta alegria saber que dali saiam mil e um quitutes. Logo ali, o moinho, de grão   em grão aquele milho amarelinho transformava-se em fubá,   farinha e até   canjiquinha. Sinto ainda o cheiro do bolo de fubá,   das broas de milho que dava água na boca, assadas sobre as folhas de bananeiras e aquela polenta com frango caipira... O Moinho e o Monjolo não   eram só   encanto, com seu barulho sequencial, transformava milho em alimento. Aquilo parecia procissão,vinha gente de muito longe trocar milho por fubá, à cavalo, charrete,   carroça ou a pé. Lá   no alto, o imponente Casarão com água   encanada, chuveiro com água quente, já   tinhamo...

A grande família Biazotti - Por Maria Lucia Biazotti

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Joaquim Biazotti, Dona Rosa Biazotti e a bisneta Isadora No dia 01 de maio de 1963, chega ao Bugre uma grande família descendentes de italianos, vinda de Santa Cruz do Rio Pardo a procura de terras para cultivar o café. Já haviam visitado outras terras, mas se encantaram com o Bugre. Apesar de ser um sítio com uma área de terra menor do que outras que tinham visitado, resolveram ficar por aqui, pois o cafezal já estava produzindo e o bairro movimentado. Meu pai disse que parecia uma cidade com muitas casas e muitos moradores, a maioria colonos. Minha mãe disse que quando a família chegou, todos do bairro estranharam a maneira como se vestiam, os homens iam de terno à missa e as meninas com seus melhores vestidos, esse era o costume de onde vinham, outro fato era o costume de comerem polenta todos os dias de manhã e na janta, coisa que não era comum entre os moradores daqui. Meu vô, Joaquim Biazotti e minha vó, Rosa Camilotti tinham 10 filhos, 5mulheres (Tereza, Maria, Iolanda,...